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domingo, 2 de novembro de 2008

O Mercado de emissões de Quioto possui excesso de permissões

Por Fernanda Müller, do CarbonoBrasil
O mercado de créditos de emissões alocadas aos países membros do Protocolo de Quioto está com 17% de excesso em permissões de emissão, afirma a Point Carbon, empresa que analisa o mercado de carbono. Cerca de 57,8 bilhões de toneladas das chamadas Unidades de Quantidades Atribuídas (AAUs) foram alocadas para 38 países industrializados utilizarem durante os cinco anos de compromisso do Protocolo de Quioto, que segue até 2012. As emissões reais giram em torno de 49,5 bilhões de toneladas.

A análise exclui o Canadá, que declarou que não conseguirá alcançar a meta de Quioto de reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) em 6% em relação aos níveis de 1990. Em abril do ano passado o governo canadense lançou o plano “Turning the Corner” (virando a esquina, na tradução livre), que estabelece uma redução de 20% das emissões de GEE até 2020, com base nos níveis de 2006.


As AAUs são expedidas de acordo com a quantidade de gases do efeito estufa que cada país do Anexo B (com metas a cumprir) pode emitir durante o período de compromisso do Protocolo de Quioto. Cada unidade é medida em toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), o principal gás apontado por cientistas do Painel climático da ONU como causador do aquecimento global.

Para os países do leste europeu, como Ucrânia, Hungria, Rússia e República Tcheca, existe uma grande quantidade extra de AAUs, pois no momento da determinação do nível médio de emissões de cada país (1990, segundo o qual as metas foram estabelecidas) estes possuíam grande quantidade de usinas a carvão e indústrias altamente poluentes. Após a queda do socialismo, os países do leste europeu entraram em crise e muitas destas usinas e indústrias foram fechadas, reduzindo o nível de emissões destas nações.

A Point Carbon diz que os países da Europa central e oriental conseguiriam vender até 1,7 bilhões de toneladas em créditos extras. A Rússia, teoricamente o país com o maior estoque de créditos extra, provavelmente não o venderá.

O gerente de serviços em pesquisas sobre mercado de carbono da Point Carbon, Kjetil Roine, comenta que "os potenciais ganhos reais com a venda das AAUs são restritos em comparação com os lucros provenientes das exportações de petróleo e gás". A Rússia fornece cerca de um quarto do gás consumido pela União Européia e 60% do petróleo.

A Point Carbon declara que onze países provavelmente terão um déficit combinado de 900 milhões de toneladas. O Japão, maior comprador de AAUs, acumulará o maior déficit, com 540 milhões de toneladas, seguido da Espanha, com 84 milhões e Itália com 74 milhões de toneladas.

O governo japonês tem percorrido o leste europeu em busca de créditos para auxiliar o país a alcançar a meta de Quioto, que exige a redução das emissões em 6% com base no nível de 1990. O Japão é o quinto maior emissor mundial de gases do efeito estufa.

Segundo a revista Business Week, para se ter uma idéia sobre as expectativas de lucro dos países do leste europeu, o ministério do meio ambiente da República Tcheca informou que prevê receber de €400 milhões a €1 bilhão pela venda do direito de emitir cerca de 100 milhões de toneladas de CO2 entre agora e 2012.

* Com informações de The SteelGuru.

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