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domingo, 15 de agosto de 2010

Arena será tão verde quanto pernambucana

Arena de São Lourenço da Mata será o primeiro estádio do mundo com assentos fabricados a partir da cana-de-açúcar.

A excelência em sustentabilidade ambiental está cada vez mais presente nas grandes obras no planeta. Além de ter virado uma exigência da sociedade, a questão também é apontada como moeda de troca das grandes empreitadas deste século. A Fifa, por exemplo, criou o Green Goal Program, com o objetivo de identificar possíveis impactos ambientais dos estádios na Copa do Mundo, além de exigir tecnologias renováveis. A demanda ocorreu na África do Sul, neste ano, e vai acontecer no Brasil, em 2014. Apesar de o foco na arena pernambucana para o Mundial ser basicamente sobre o andamento da obra milionária ou a negociação com os grandes clubes do Recife, o projeto também prevê a utilização de novas tecnologias autossustentáveis. Uma delas será inédita em escala mundial. Após cinco anos de desenvolvimento, a Braskem - braço petroquímico da Odebrecht, que lidera o consórcio da arena local - finalmente criou cadeiras de plástico produzidas a partir de um material bem diferente do petróleo, matéria-prima utilizada há decadas. Os 46.214 assentos do estádio em São Lourenço da Mata serão feitos a partir da cana-de-açúcar. Mais verde e mais pernambucano, impossível.


O plástico verde (biopolietileno) é resultado de um processo a partir da desidratação do etanol proveniente da cana-de-açúcar, gerando uma matéria-prima 100% renovável. Até a produção deste plástico é mais limpa, com uma redução no nível de dióxido de carbono na atmosfera. A primeira versão do produto - que vem sendo utilizado na indústria automobilística e de cosméticos - foi lançada em junho de 2007. No ano seguinte, foi utilizado na concepção do troféu do GP do Brasil de Fórmula 1, em uma peça desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Agora, com o certificado internacional de reconhecimento da eficácia, a Odebrecht vai implantar a ideia no estádio. A primeira indústria da empresa para este fim, orçada em R$ 500 milhões, está sendo construída no Rio Grande do Sul e começará a operar em 2011.

Em Pernambuco, essa nova cadeira- que apesar do nome "verde" numa referência ecológica terá, na verdade, a cor vermelha - será o ponto alto do projeto sustentável da arena. O estádio conta ainda com medidas sócio-ambientais mais conhecidas, como o uso de energia solar, reaproveitamento de água, soluções de ventilação e tratamento de esgoto, uma vez que o estádio ficará muito próximo ao Rio Capibaribe, que contorna o terreno de 270 hectares.

Tudo isso foi necessário para que o comitê local conseguisse, antes do início das obras, a Licença em Energia e Design Ambiental (LEED, sigla em inglês), exigida pela Fifa. A certificação para edifícios sustentáveis é emitida pelo Conselho Norte-americano de Construções Verdes (USGBC, sigla em inglês). O estudo sobre a racionalização de recursos existe desde 1998 e já aprovou cerca de 14 mil projetos no mundo.

"A durabilidade desse novo plastico é idêntica do plástico tradicional, mas com uma produção limpa, que utiliza energia renovável. Com isso atendemos aos critérios da Fifa, e vamos além, fazendouma arena sustentável. Será um local que não vai tratar o público como torcedor, mas como cliente", diz o diretor de engenharia da Odebrecht, José Érico, que ressalta ainda a preservação de 600 mil metros quadrados de área verde no local. "Essa área verde será recuperada. Com tudo isso, queremos fazer um local que receba visitas durante a semana, como um museu, num ambiente familiar", afimou o diretor. Dos canaviais da Zona da Mata para a arquibancada, o passo pioneiro de responsabilidade ambiental da Copa no estado.

Girassóis tecnológicos

A Cidade da Copa poderá ter todo o seu consumo de energia elétrica produzido através de células fotovoltáicas. Numa tradução simples: energia solar, energia limpa. Inicialmente, a ideia era colocar quatro turbinas eólicas no entorno do estádio. As hélices poderiam gerar cerca de 1.600 quilowatts de energia. Os engenheiros da Odebrecht, em articulações que já duram mais de um ano, engavetaram o modelo e optaram pela colocação de placas de captação de energia solar. Com isso, o projeto de produzir energia suficiente para o ar-condicionado da arena foi elevado para uma potência de até 49.500 quilowatts, suficiente para iluminar 20 mil moradias. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta dizer que o megaprojeto pernambucano - com prazo de conclusão até 2020 - prevê a construção de nove mil casas.

Na engrenagem do estádio, a água que será utilizada nos vestiários e cozinhas será aquecida justamente por esta energia. A redução no consumo de energia convencional, da rede da Celpe, poderá ser de até 85%. Parte das placas deverá ficar na cobertura das arquibancadas do estádio, como também vai acontecer com o estádio Verdão - palco de Cuiabá/MT para o Mundial de 2014, outro projeto com o selo "ecologicamente correto". De acordo com o diretor da Odebrecht, José Érico, existe ainda a possibilidade de colocar parte das células ao redor da praça esportiva, dando destaque para o lado estético.

Outro ponto para essa iniciativa seria técnico, até porque, para uma maior captação da luz solar, a placa precisa ser retrátil, acompanhando o movimento do Sol. "Seria algo como um girassol, por exemplo, para aumentar a nossa produção de energia. Isso está sendo estudado por um departamento de engenheiros. Temos tempo para definir o local", afirma Érico, um entusiasta da ideia. Essas células fotovotáicas vão transformar em energia elétrica quase metade dos raios solares no terreno.
Fonte: Super Esportes

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